Melody e Deborah
“Moda do Falsete”

O Projeto do Falsete

Uma análise de falsetes nas músicas da Billboard Hot 100.

Falsete hoje

Nos últimos anos, diversas músicas de sucesso como I Feel it Still de Portugal. The Man e If I Can't Have You de Shawn Mendes utilizam o falsete.


Este é o mega-hit de 2019 Sucker dos Jonas Brothers. Ele é cantado por três homens em um alcance vocal muito alto com falsete.


Podemos ver, para cada trecho cantado, se ele é mais agudo ou mais grave:



nota alta

nota baixa

Estelle Caswell, da Vox, teorizou que, em 2019, o vocal masculino parecia muito agudo.

A música atual não é como Stayin' Alive do Bee Gees. Mas seria 2019 uma renascença para o uso do falsete por homens?

Os dados abaixo utilizam informações da Pandora e do Spotify para músicas que já estiveram no Billboard Hot 100.

Os dados de falsete da Pandora consistem em um número para cada música, em uma escala de 0 a 10.

Pony de Ginuwine alcançou a posição #6 em 1996. Nos dados, é um 10 de 10 no registro vocal. Ginuwine atinge notas muito altas e a música está em um registro alto.

No gráfico abaixo mostramos a quantidade de música por valor de falsete (0 a 10) em cada ano. A análise vai de 1958 até agosto de 2019.








A análise do gráfico não é fácil. Primeiro há muitos valores zero. Afinal, a técnica não é dominante no mundo da música.

Se analisarmos a versão do gráfico sem valores 0 o entendimento fica mais fácil.

É possivel notar como, em 1975, 7 músicas diferentes atingiram o pico. São elas: Shoeshine Boy e Get The Cream Off The Top de Eddie Kendricks, Love To Love You Baby de Donna Summer, Look At Me (I'm In Love) de The Moments, Love Rollercoaster de Ohio Players, My Little Lady de Bloodstone e Love Machine (Part 1) de The Miracles.

Não é um feito pequeno. A música mais recente na base a atingir tal valor é de Pharrell Williams, em 2014, com Come Get It Bae. A mais famosa, contudo, é Stayin' Alive do Bee Gees. A banda, aliás, emplacou diversos hits 10 de 10, como New York Mining Disaster 1941 em 1967, You Should Be Dancing em 1976, Too Much Heaven em 1978 e Love You Inside Out em 1979.

Observando o gráfico, também podemos notar que a técnica atingiu seu auge na segunda metade dos anos 1970. Nos últimos anos podemos notar uma ressurgência com o reaparecimento de valores acima de 7.

No gráfico abaixo exibimos os mesmos dados, mas em um heatmap.

No gráfico acima fica mais claro o uso de falsete na segunda metade da década de 1970.

Também podemos notar como o uso cai consideravelmente na segunda metade da década de 1990, com pouquíssimos valores superiores a 6.

Estes dados nos trouxeram outra dúvida: além de falsete, seriam outras características musicais fortemente influenciadas pela década?




Com este gráfico buscamos analisar a existência de algum padrão entre o uso de
algumas características musicais, extraídas do Spotify, e as décadas nas quais
as músicas foram lançadas.

Note que cada década teve uma tendência maior para uma característica diferente,
com excessão dos anos 80.

Os anos 60 possuem um enfoque maior nas músicas ao vivo e os anos 70
nas músicas instrumentais. Essa diferença é interessante porque ambas as décadas
foram marcados pelo uso da técnica de falsete.

Podemos notar também uma semelhança entre os anos 80 e 2010.
As características de dança e energia, que estiveram presentes em 1980,
também estão bastante presentes em 2010.
Como visto anteriormente, o uso do falsete teve uma ressurgência no final da
década de 2010. Isso tem alguma relação com o uso dessas duas métricas?







Com o gráfico de radar não podemos representar muitas séries temporais e não conseguimos visualizar todos os anos sem um agrupamento.
Por isso, criamos também um mapa de calor para visualizar os dados anteriores mais detalhadamente.

Nesse mapa de calor também foram incluídas outras duas métricas: loudness e valence.


Podemos notar claramente em quais anos o uso de cada métrica foi mais representativo.
Note que as músicas foram se tornando mais enérgicas com o passar dos anos, tendo seu ápice de 2006 a 2012.

Ao longo dos tempos, as músicas foram se tornando cada vez menos acústicas e menos positivas também.
A popularidade da presença de discurso nas músicas (ex. Rap) começou a aumentar no início dos anos 90, tendo seu ápice em 2018.










Também trouxemos esta visualização que permite comparar as
densidades das diversas métricas citadas, de dois anos distintos,
selecionáveis nos botões abaixo.

Interagindo com o gráfico é possível notar que anos
próximos tendem a ter características musicais parecidas,
e anos mais distantes tendem a ter características musicais mais distintas.







Por fim, uma outra pergunta que buscamos responder é:
qual é a relação entre o uso da técnica de falsete e a identidade
de gênero dos artistas?


Aqui temos uma visualização que exibe, para cada ano,
a quantidade de falsete feita por mulheres e homens.
Quanto mais alto o gráfico em um determinado ponto,
maior é a medida de falsete no dado ano.

Podemos notar que, na década de 70, por exemplo, a técnica
era mais utilizada por homens em relação a décadas posteriores.
Em contrapartida, seu uso por mulheres
manteve-se relativamente constante.









Nossas playlists

Todas as músicas utilizadas nesse trabalho estão disponíveis nas três playlists abaixo. Aproveite!